Sobre a disortografia: o que é e como lidar?
A disortografia é diferente da disgrafia, pois ela está relacionada a uma deficiência que afeta as aptidões da escrita. Em outras palavras, a disortografia é uma dificuldade centrada na estruturação, organização e produção de textos escritos. Além disso, as crianças mostram uma construção frasal aquém do esperado, com o vocabulário pobre e curto; nota-se também certa quantidade de erros ortográficos.
Para lidar com a disortografia, especialistas adotam muitas técnicas, embora duas delas sejam muito usadas. A primeira é a intervenção sobre os fatores associados ao fracasso no desempenho ortográfico. Já o segundo é a correção de erros de ortografia específicos. É imprescindível que o educador consiga conciliar as habilidades e as dificuldades apresentadas pela criança para que o tratamento ofereça bons resultados.
Quais são os sinais que caracterizam a Disortografia?
Constante troca de grafemas: faca / vaca, chinelo / jinelo, porta / borta;
- Confusão de sílabas: comeram / comerão;
- Adições: telelevisão; Omissões: cadeira / cadera, prato / pato;
- Fragmentações: en saiar, a noitecer;
- Inversões: pipoca / picoca; Textos muito curtos;
- Palavras com letras amontoadas ou palavras ligadas umas nas outras: No diaseguinte, sairei maistarde;
- Falta da ordenação da escrita pelo uso de parágrafos, travessões, pontuação e acentuação;
- Frases desorganizadas.
SINAIS CARACTERÍSTICOS APRESENTADOS PELA CRIANÇA COM DISORTOGRAFIA
- Não tem vontade de escrever;
- Quando tem que escrever, fica ansiosa e com medo de errar;
- Não entende por que não consegue acertar;
- Compara-se com outras crianças da classse;
- Consequente baixa autoestima.
DIFERENCIANDO COM ATENÇÃO
Seguem algumas sugestões de possíveis ações e atitudes adequadas para pais e professores aderirem:
- Evitar o uso de canetas vermelhas na correção dos cadernos e provas;
- Dizer para a criança que, com paciência, perseverança, exercício e apoio, ela será capaz de melhorar seu desempenho;
- Usar material multissensorial para estimular seus sentidos, especialmente o tato e a audição;
- Escrever sobre uma folha plástica grande, com mostarda, creme de barbear, gel para cabelo;
- Com o dedo: escrever com tinta a dedo e / ou com anilina diluída em mingau de água com amido de milho sem açúcar, com um pouco de sal para durar mais tempo na geladeira (você pode separar o mingau em três ou mais potinhos para fazer cores variadas);
- Construir palavras com letras, blocos ou peças de madeira;
- Projetor e sistema de som. (Atenção às crianças com Transtorno de Déficit de Atenção / Hiperatividade – TDAH. Alguns destes estímulos podem se excitantes demais.);
- Trabalhar os grafemas em papel quadriculado grande, com letras que ocupem toda a folha e ir diminuindo o tamanho aos poucos, à medida que a criança adquire autonomia na escrita do estágio trabalhado. Isso pode ser feito com um modelo ao lado da folha para que ela o imite, ou pontilhar a letra na própria folha da criança para que ela a cubra;
- O professor deve procurar se manter calmo diante dos erros ortográficos e gramaticais persistentes e acreditar na capacidade da criança de aprender;
- Estimular a memória visual da criança por meio de quadros com letras do alfabeto, números, famílias silábicas;
- O professor deve certificar-se de que compreende o que a criança precisa e ajustar o material ao estilo de aprendizagem dela;
- Usar exercícios de trava-língua, promovendo a consciência fonológica da criança com dificuldade em leitura, escrita e ortografia. Brincadeiras, jogos ou movimentos corporais com parlendas, que são conjuntos de palavras com arrumação rítmica em forma de verso, que podem rimar ou não. A parlenda melhora a memorização.
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Pedagoga e Psicopedagoga Clínica
Comecei minha carreira de atendimentos em 2012
Hoje atuo também como Supervisora Clínica
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